Vacinas: Qual sua importância?
A vacinação é um dos mecanismos mais eficazes na defesa do organismo contra patógenos, além disso, funciona como uma forma de proteger o organismo de uma doença pela qual o indivíduo ainda não foi afetado. As vacinas consistem em microrganismos atenuados (ou inativados), junto de adjuvantes que amplificam a resposta imunológica, e são introduzidas no corpo do paciente, estimulando uma resposta imune contra esse agente infeccioso.
Em 26 de fevereiro de 1998, o médico britânico Andrew Wakefield publicou um artigo descrevendo 12 crianças que desenvolveram comportamentos autistas e inflamação intestinal grave. Ele dizia que as crianças tinham vestígios do vírus do sarampo no corpo, assim, Wakefield e seus colegas concluíram que havia a possibilidade de um "vínculo" entre a vacina MMR (protege contra sarampo, rubéola e caxumba) e o autismo. Wakefield reconhecia que levantou apenas uma hipótese, porém, foi o suficiente para que muitas pessoas parassem de se vacinar no Reino Unido, e, posteriormente, no mundo todo. Foram necessários muitos anos de debate e muitos estudos para que a relação "vacina x autismo" fosse quebrada pela comunidade científica. Só em 2004 que foi descoberto que Wakefield havia feito um pedido de patente para uma vacina contra sarampo que concorreria com a MMR, assim, havia conflito de interesse na publicação do artigo.
No Brasil, foram observados sobretudo nas "classes A e B" pais que não vacinam seus filhos pelo medo deles desenvolverem autismo. José Cássio, imunologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo diz: "Pelos dados que temos, são pessoas que têm acesso à informação e levantam essa associação entre vacina e doença, apesar de muitos estudos comprovarem que essa relação não existe". Se uma pessoa não for vacinada e contrair sarampo, por exemplo, o vírus consegue contaminar outras 10 pessoas, e esta é uma doença de elevada mortalidade e sequelas permanentes, como cegueira ou surdez.
O PNI (Programa Nacional de Imunizações), criado e gerenciado pelo Ministério da Saúde, tem como principal objetivo manter o controle de todas as doenças que podem ser erradicadas e/ou controladas com o uso da vacina. Carla Domingues, coordenadora do PNI encara esses índices mais como falta de informação do que uma aversão à vacina em si: "Muitos pais já não veem mais algumas doenças e acham que não precisam mais vacinar. Ano passado, com o surto de influenza, a cobertura da vacina da gripe chegou a 96% no Brasil, mas neste ano, só 9 estados tiveram uma cobertura acima de 90%."
Hoje, segundo a OMS, as vacinas salvam de 2 a 3 milhões de vidas por ano no mundo. Ainda, Dra. Rosana Richtmann, médica infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana diz: "A vacina é feita com os próprios microrganismos que causam as doenças, mas, sem poder de ataque". Em relação a efeitos adversos, ela comenta que são raríssimos os casos considerados graves, e não existe nada mais recomendável do que ser vacinado: "Os efeitos colaterais mais comuns são dor no braço, vermelhidão e inchaço onde foi aplicada a vacina. Também pode ocorrer febre ou mal-estar passageiro. Em alguns casos, e dependendo do tipo de vacina, é possível apresentar sintomas parecidos com os da própria doença. Isso acontece pelo fato de algumas vacina terem um vírus enfraquecido (atenuado), mas incapaz de disseminar a enfermidade. Em casos mais extremos, pode causar choque anafilático, se houver falta de comunicação e a pessoa for alérgica à algum constituinte. Mas, não existe nada mais eficaz em saúde pública do que imunização. Pra isso, ela é a melhor opção", reforça a Dra. Rosana. Algumas doenças que haviam sido extintas mas são potenciais ameaças à saúde pública caso os índices de vacinação não sejam ampliados são Rubéola, Sarampo, Poliomielite e Difteria.
Por fim, a Biomedic Jr. e todos seus integrantes reforçam a importância da vacina, e recomendam que todos sejam vacinados, pois é também uma forma eficaz de erradicar e controlar doenças.